quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pode Levar

É meu, mas você pode levar.
Leve todos, aqueles que estão lá no canto, bem guardados, leve. Pode retirar todos os bens materiais. Sim, pode ficar com aquele que eu mais gosto. Pegue logo este, não vou me importar. Pertencem-me, mas abro mão deles, cada qual.
Objetos são objetos. Está certo que são frutos do esforço de cada um, mas isso não significa serem mais que alguém. Não significa resumir-se a eles.
Quase não importa seu carro do ano, alguns ainda preferem a caminhada. Sem preço fica sua coleção de camisas enfeitando o guarda-roupas se alguns vestem seu numero e você jamais pensou em oferecer as que já não o servem mais. Pouco vale essas tais camisas de marca. Você tem marca? Algumas pessoas simplesmente não reparam isso.
Desprender-se de determinados bens é o caminho de ligação que leva a uma fantástica forma de plenitude.
Ei, não esqueça destes aqui. Leve.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

19 Anos

Dezenove: expectativa de vinte.
Uma nova porta se abriu, me convidando para brindar a juventude. É essa a fase onde o céu é mais azul, as noites mais curtas e o espelho, um trófeu.
Os sentimentos agora transbordam. Tudo exageradamente sentido:
Se é amor é muito amor;
Se é ódio é muito ódio;
Se é festa, Carnaval;
Se é domingo, tédio;
Se for briga, solidão;
Se silêncio, musica.
É hora de procurar independência, colher os frutos maduros, mirar o alvo errado, mirar de novo, errar de novo.
É tempo de se colorir, seja de verde, azul, amarelo ou carmim.
Encontrar a própria tribo, compor as suas canções, configurar o perfil.
É o inicio da luta contra a hipocrisía, de pensar na natureza sem parecer careta, de querer ser um profissional de sucesso, de viver um grande amor.
Dezenove anos, vontade de tudo ao mesmo tempo. Vontade de atrevir sem pensar no amanhã, de sentir sem desequilibrar, de opinar, modificar, finalizar e recomeçar. Vontades que vem derrepente e no fim da tarde já se tranformaram.. Vontade de morar sozinho, mas sem contas pra pagar. Querer ir sem pensar em voltar, vontade do novo, do desconhecido. É estar grávida do futuro e querer morder a lua. É fazer amizades todos dias e sentir saudade dos que se mudaram e se ainda não foram, ainda vão.
Lembranças... agora, começa a nostalgia da infância, essa que vai ficando cada vez mais distante.
Dezenove é pouco pra quem já passou, é morno pra quem não chegou, e intenso para quem tem flores para colher antes de começar os vinte.