domingo, 27 de junho de 2010

O verdadeiro fim

Observe ''Eu sei, eu sei. Isso passa. Passa sim, e quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar..'' foi Tati Bernadi quem disse e associei esse pensamento com aquele momento de ontem, quando passei por você a gente se olhou e só. Como assim? O mundo deveria ter parado e as pessoas ficarem invisíveis. Eu olhei pra você e você olhou pra mim! Alguém tem noção do que isso significa?
Há tempos não conversamos e eu não tenho mesmo interesse de trocar nenhuma palavra com você... Mas ontem, aquela indiferença foi a descoberta de um tesouro.
Agora eu sei, você é realmente irrelevante.
Você tem que saber que estou bem. Vou aproveitar o final de semana e pensar na melhor estratégia para provar a você que estou bem.
Não sinto mais seu cheiro pela casa, não te imagino mais me chamando no portão, meu coração não vai a mil quando vejo o seu carro, nem mesmo lembro o último digito do numero do seu celular. ..Eu só posso ter te esquecido, não tem outra explicação.
E esse deve ser o último estágio do sentimento, quando já nem ouço mais a sua voz atormentando meus sonhos, e nem checo minha caixa de e-mail, pois nem tenho esperança de e-mail seus..
Mas independente de não ter sido o maior amor do mundo, não ter durado para sempre, não ter acabado amigavelmente e ter deixado mágoas, independente das mágoas, eu vou guardar o pouco do que foi verdadeiro. Vou guardar alguns domingos de sol, tantas noites de segredos, um punhado de brincadeiras.. Vou guardar aquele olhar de ontem, os planos que nunca fizemos, os lugares que nunca fomos, o sentimento que talvez nunca existiu. E também um pouco de desprezo, tanto da sua parte quanto da minha.
E esse é o fim. Esse é o verdadeiro fim. Porque quando o relacionamento acaba é um fim parcial. E ontem, depois de tanto tempo, eu comprovei: não te amo mais, Fim.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Loser


Game Over, eu perdi!
Loser: / s 1. Perdedor; derrotado. 2. Azarado. É isso, fim do jogo.
Não tenho mais para onde correr, não há recursos, planos, ataques.
Nenhuma carta na manga.
A derrota também é um prato que se come gelado.
Ahh, se você soubesse o monstro em que me transformei. De chapeuzinho para Lobo mal, de quente para frio, de perto para distante, de ternura para egoísmo.
Vou desabafar. Vou escrever e você faz sua função: escutar.
Escuta: Deixa-me ser? Eu te deixo ir...
É o telefone que não toca, a campainha que não dispara, as cartas que não chegam, as fotos que não tiro. São infinitas as coisas que não acontecem. Uma lista gigantesca de pontos negativos que ando superando. Ando perdendo. Não ando ganhando.
E hoje o silencio gritou : Xeque Mate!!! Eu perdi.
Perdi amigos, perdi amores, perdi lugares, flores... me perdi.
E é irreversível. O que foi é memória.

Sing Poetry

''Por tanto amor, Por tanta emoção a vida me fez assim: doce ou atroz, manso ou feroz.. Eu caçador de mim.
Preso a canções, entregue a paixões que nunca tiveram fim, vou me encontrar longe do meu lugar.. Eu, caçador de mim.
Nada a temer senão o correr da luta. Nada a fazer senão esquecer o medo.
Abrir o peito a força, numa procura. Fugir às armadilhas da mata escura.
Longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim? Vou descobrir o que me faz sentir.. Eu, caçador de mim.''


- Milton Nascimento

domingo, 20 de junho de 2010

18 Anos

18 anos.
A idade do medo. Porque isso assim e aquilo daquele jeito?
Porque vazio se poderia ser cheio? Porque branco e não preto?
18 anos, milhões de duvidas. Certo ou errado?!
É tanta coisa que eu não consigo organizar. Porque estou tentando juntar os fatos?
Amanha outra vez, tudo estará espalhado.
As coisas não se desdobraram como eu planejei há alguns anos, e na verdade, não me lembro exatamente o que eu teria planejado, mas sei que não era o que eu alcancei.
Sinto-me calma, afinal são apenas 18 anos, ainda ha tempo de concertar meus erros. Mas espere aí, meus erros? Poxa, eu nunca achei que fossem erradas minhas escolhas.
Eu estava certa, reconheço, foram escolhas certas, mas escolhas que nunca floreceram, finitas, a escolha certa ainda hei de tomar, algum dia.
Estou mudando. Isso é um acontecimento natural. Natural e necessário. Posso explodir a qualquer momento, mas é melhor não, se não depois vou ter o trabalho de juntar os pedaços sozinha.
Posso ser mais forte do que eu imagino. Forte! Encontrei a definição pro sentimento fortaleza. Sabe onde? Dentro de mim.
Se há algum tempo eu soubesse que a fortaleza esta dentro de mim, eu poderia ter sofrido menos.
Ser forte é encarar o medo.É bater frente a frente com ele, com 18 anos eu descobri a idade do medo, e da força também.
Olhando pra trás, a minha estrada esta torta. Voltar para alinha-lá é impossível, mas posso aperfeiçoa-la para o futuro. Devagar, é claro. Já sei que esperar é um á toa muito ativo.
Posso de pouco em pouco me conquistar, conquistar a minha própria confiança. É preciso confiar em si mesmo, e eu estou formulando grandes projetos para recuperar aqueles sonhos antigos.
Reciclar do passado idéias fixas. Brás Cubas tem uma teoria sobre as idéias fixas, mas acredito que idéias são a prova de balas, essas não morrem.
Todo mundo tem um passado e um futuro a zelar, por mais incerto que seja, eu ainda acredito no meu futuro.
Eu cheguei até aqui, não vou ser covarde de me abandonar jamais.
Assim como todos, também tenho uma missão. E eu vou cumprir. O segredo é deixar-se leve, tão que o vento possa guiar. Mas,a cabeça pesada, o coração angustiado, não deixam o espírito leve. Sem leveza a missão não poderá ser cumprida.
Tirar o peso da cabeça e a angustia do coração é tarefa de se fazer sozinho. Não espere que alguém segure sua barra; Assuma-se. Conheça-te. Procure se ajudar, não manipule uma fortaleza falsa. Se o medo te persegue, encare-o.
Descubra quantos soldados existem dentro de você.Deixe-se descobrir. Pessoas fracas fogem da dor. Pessoas fracas encontram fortalezas falsas no álcool, nas drogas, nas baladas; não se iluda.. são apenas paraísos artificiais.
Forte aquele que encara a dor, que não procura consolo nisso ou naquele, mas que se deixa conhecer a si mesmo.
Forte aquele que reconhece os soldados que carrega por dentro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu, comigo.




O silencio veio e eu adormeci; acordei do outro lado do sonho.
E nessa mescla de dormir, acordar, sonhar... Mergulhei em mim.
Abri a porta, mas antes de entrar a fita rebobinou e eu vi aproximadamente 6.575 dias passarem em segundos sobre meus olhos arregalados.
Um choque térmico entre o real e o imaginário.
Mas, eu precisava encontrá-la. Havia uma neblina, fumaça, alguma sombra que embaçava as vistas, mas lá estava ela, camuflada nos meus sentidos.
Finalmente encontrei-lhe. Dissimulada! Minha vontade era de esganá-la.
Então o dialogo iniciou. E era prazeroso ter na minha frente á pior inimiga.
E quanto mais olhava para ela, mais o passado olhava para mim. Estava ali: Eu, comigo.
Indignada eu á culpava pelos tombos, á acusava por todas as derrotas.
Na ânsia incessante de me livrar das minhas imprudências, crucifiquei-a por todas as escolhas fracassadas que obtive. E eu fervia, a 365º de raiva, não sabia que o ódio destrói primeiro quem odeia e não quem é odiado. Mas eu não me deixei vencer.
Derrepente, lançou-me um olhar espelhado, onde pude perceber que os anos passaram lentamente para que eu crescesse neles. E ela quis me mostrar que as minhas asas não eram de enfeite. Falou dos amores, dos amigos, dos sorrisos, das vitorias e me pediu para voar. Sempre serena e terna. Vestida de bondade da cabeça aos pés. Afinal, quem era ela? Quem era eu?
Ela, tudo que não sobrou de mim. Os pedaços de um espelho inocente que se quebra ao mudar das fases, ao por vim das estações.
Eu, o gosto azedo de experiementar e se tornar irreversível. O exesso de
vivência, a maldade.
E senti a escuridão entrando pela minha boca alcançando os meus olhos e me pedindo pra mudar. De tudo, eu só sei que ela vai voltar.