segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu, comigo.




O silencio veio e eu adormeci; acordei do outro lado do sonho.
E nessa mescla de dormir, acordar, sonhar... Mergulhei em mim.
Abri a porta, mas antes de entrar a fita rebobinou e eu vi aproximadamente 6.575 dias passarem em segundos sobre meus olhos arregalados.
Um choque térmico entre o real e o imaginário.
Mas, eu precisava encontrá-la. Havia uma neblina, fumaça, alguma sombra que embaçava as vistas, mas lá estava ela, camuflada nos meus sentidos.
Finalmente encontrei-lhe. Dissimulada! Minha vontade era de esganá-la.
Então o dialogo iniciou. E era prazeroso ter na minha frente á pior inimiga.
E quanto mais olhava para ela, mais o passado olhava para mim. Estava ali: Eu, comigo.
Indignada eu á culpava pelos tombos, á acusava por todas as derrotas.
Na ânsia incessante de me livrar das minhas imprudências, crucifiquei-a por todas as escolhas fracassadas que obtive. E eu fervia, a 365º de raiva, não sabia que o ódio destrói primeiro quem odeia e não quem é odiado. Mas eu não me deixei vencer.
Derrepente, lançou-me um olhar espelhado, onde pude perceber que os anos passaram lentamente para que eu crescesse neles. E ela quis me mostrar que as minhas asas não eram de enfeite. Falou dos amores, dos amigos, dos sorrisos, das vitorias e me pediu para voar. Sempre serena e terna. Vestida de bondade da cabeça aos pés. Afinal, quem era ela? Quem era eu?
Ela, tudo que não sobrou de mim. Os pedaços de um espelho inocente que se quebra ao mudar das fases, ao por vim das estações.
Eu, o gosto azedo de experiementar e se tornar irreversível. O exesso de
vivência, a maldade.
E senti a escuridão entrando pela minha boca alcançando os meus olhos e me pedindo pra mudar. De tudo, eu só sei que ela vai voltar.

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