quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não, não era amor.

Que tal uma viagem de três dias para uma cidade distante e maravilhosa?
E o que acha de ir você e mais um ônibus com jovens estudantes?
Parece diversão garantida.
E foi. Foi o fim de semana de inverno mais independente que já tive.
Quantas novas amizades, quantas história pra contar. Quando desci do ônibus, quase tudo ficou para trás.
Você tinha mesmo que ter se sentado na poltrona ao lado da minha? Por causa disso passei os três dias pensando em você.
Adorei rir das suas piadas. Rir das suas rizadas.
Com tanta gente nova naquela cidade distante e maravilhosa foi ele. Que irônico. Moramos na mesma cidade, poderia ter lhe conhecido no trânsito de qualquer segunda-feira, no supermercado de manhã, na fila do banco... Mas não, fui saber da sua existência logo naquela viagem. Na viagem mais independente que já tive.
Durante o dia eu caminhando por aquela cidade conheci pessoas de todo canto do estado. Norte a Sul, Leste e Oeste. Vários sotaques também. Mas vejo só, fui gostar da sua voz alta e grossa. E as suas girías engraçadas. Só você falava. Falava claro, jogava limpo. Não escondia nada.
Até contou uma história que eu preferia nem ter escutado.
Me pediu para olhar nos teus olhos mas não olhei. Queria sim me lembrar dessa historia, mas não com detalhes.
Durante aqueles três dias, eu amei você.
Mas não era amor. Tentei definir o que era e Martha Medeiros mais uma vez me ajudou quando disse: ' Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesmo naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era inverno. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.'
Um amor de inverno que terminou no inverno. E quando desci do ônibus você não existia mais. Nada de trocar número de celular, e-mail. Isso poderia estragar. Tudo deveria acabar alí.
Ainda não te vi no trânsito de nenhuma segunda-feira, nenhuma terça, nenhum domingo.
Ainda não te vi no supermercado e nem na fila do banco.
Se não fosse a viagem ainda não teria te conhecido. Talvez ainda não conheci mesmo, e a minha historinha de amor tenha sido com o carinha do ônibus e não com você.

Um comentário:

  1. Muito bom esse post teu *-*

    "Um amor de inverno que terminou no inverno. E quando desci do ônibus você não existia mais. Nada de trocar número de celular, e-mail. Isso poderia estragar. Tudo deveria acabar alí."

    ResponderExcluir