domingo, 17 de julho de 2011

Hello Kitty

E se pudesse começar tudo de novo?
O mesmo cenário:
Na beira da lagoa onde a brisa do sereno pedia abraço. Era madrugada sem luar, ao som dos violões. Seus olhos dedilharam em mim duas ou três canções.
A gaita que antes só existia na fotografia, naquela noite, ouvi-la cantar. E seu assopro calculado produzia o som que há tempos eu queria escutar.
O cara mais legal do mundo. Cabelos bagunçados, um anel usado no dedo errado.
Casaco preto, um linguajar meio americanizado. Com o violão, dedilhou um canto; cintilou encanto.
Bebida, luar, canção e Chocotone. Chocotone sim era véspera de natal. Ou pós-natal, não sei.
Sei que o gosto prolongou ao réveillon. A primeira ligação recebida em 2011, O primeiro ‘feliz-ano-novo’.
Como eu queria voltar no tempo. Não para alterar a lagoa, a ausência da lua ou o chocotone.
A única peça com defeito era eu. Maça estragada. Nenhum sorriso, nem um pouco simpática.
Há palavras em mim que ficaram por falar. Há piadas que perderam o contexto, há uma vontade grande de esclarecer que a minha voz é ativa, que meus passos não são controlados por ninguém.
Aconteceu que no momento de falar a minha voz não saiu, sino que não timbrou.
Que no instante de colorir aquela tela que até então, branca, eu: amedrontei.
Seus cabelos desalinhados não foram o que impediram mais um beijo. Foi à força do meu silêncio, a fase que ele surgiu não me era adequada.
E eu guardei tanto pra mostrar que ele foi embora e não me conheceu.
E você veio. E você foi.

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